Quando falamos em obesidade, muitas pessoas ainda associam o tema apenas à estética. No entanto, a obesidade é uma condição médica séria, associada a diversos problemas de saúde — especialmente doenças cardiovasculares.
Ela não é apenas um número na balança: é uma condição inflamatória crônica, complexa e multifatorial, que merece atenção e cuidado especializado.
O que é obesidade?
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que pode prejudicar a saúde. O diagnóstico mais comum é feito pelo Índice de Massa Corporal (IMC):
- IMC entre 25 e 29,9 = Sobrepeso
- IMC entre 30 e 34,9 = Obesidade Grau I
- IMC entre 35 e 39,9 = Obesidade Grau II
- IMC acima de 40 = Obesidade Grau III (mórbida)
Outros parâmetros, como circunferência abdominal, percentual de gordura corporal e exames laboratoriais, também são importantes para avaliação completa.
Como a obesidade afeta o coração?
A obesidade está associada a um risco significativamente aumentado de doenças cardiovasculares, entre elas:
- Hipertensão arterial
- Infarto agudo do miocárdio
- Insuficiência cardíaca
- Arritmias (como fibrilação atrial)
- Acidente vascular cerebral (AVC)
- Apneia do sono (que afeta diretamente o coração)
Isso ocorre porque o excesso de gordura corporal promove:
- Inflamação crônica
- Aumento da pressão arterial
- Aumento do colesterol “ruim” (LDL) e triglicerídeos
- Resistência à insulina (diabetes tipo 2)
- Sobrecarga do coração e dos vasos
Ou seja, a obesidade é um fator de risco independente para doenças cardíacas — e também potencializa os efeitos de outros fatores, como o sedentarismo, tabagismo e estresse.
Obesidade não é falta de força de vontade
É importante reforçar que a obesidade não é uma falha moral ou simples “preguiça”. Ela envolve uma complexa interação entre genética, hábitos alimentares, estilo de vida, fatores hormonais, emocionais, sociais e ambientais.
Por isso, o tratamento exige abordagem multidisciplinar, com acolhimento e estratégias personalizadas — não julgamento.
Quando procurar o cardiologista?
- Se você tem sobrepeso ou obesidade e histórico familiar de problemas cardíacos
- Se já tem hipertensão, colesterol alto ou diabetes
- Se sente cansaço fácil, falta de ar ou dor no peito
- Se deseja fazer uma avaliação preventiva para saber como está seu coração
O cardiologista pode solicitar exames como:
- Eletrocardiograma
- Ecocardiograma
- Teste ergométrico
- Exames laboratoriais (colesterol, glicemia, função renal e hepática)
- Avaliação do risco cardiovascular
Além disso, pode indicar tratamentos para controlar a pressão, o colesterol, e orientar sobre perda de peso segura e eficaz, em conjunto com nutricionistas e endocrinologistas.
Como tratar a obesidade e proteger o coração?
- Mudança de hábitos alimentares
- Reeducação alimentar com foco em qualidade, equilíbrio e saciedade
- Redução do consumo de ultraprocessados, açúcar e gordura saturada
- Acompanhamento com nutricionista
- Atividade física regular
- Exercícios aeróbicos e de força, adaptados à condição de cada paciente
- Controle do sono e do estresse
- Terapia comportamental e apoio psicológico
- Uso de medicamentos (quando indicado)
- Há medicamentos modernos aprovados para controle do apetite, regulação metabólica e perda de peso segura
- Cirurgia bariátrica
- Indicada em casos selecionados, com obesidade grau III ou grau II com comorbidades, quando os tratamentos clínicos não são eficazes
Conclusão
A obesidade é uma condição tratável — e cuidar dela é uma forma de amar e proteger o seu coração. A boa notícia é que mesmo pequenas perdas de peso (5 a 10%) já trazem benefícios importantes para o sistema cardiovascular.
Se você está buscando uma vida mais saudável e quer entender melhor como está a saúde do seu coração, agende uma consulta com um cardiologista. Cuidar de você começa com informação e ação.